Neste final de semana, mais precisamente, 02 e 03 de abril do corrente ano, tais reflexões sobre a Campanha da Fraternidade ficaram a cargo do Centro Educacional Wanderlei Arruda –CEWA, que de maneira pungente e sombria expôs o tema em questão da seguinte maneira, enquanto a professora Claudia anunciava, uma procissão na nave principal ia surgindo com dois cartazes: Gênesis e Antigêneses. O primeiro conduzindo alegremente pela professora Virgínia que expunha uma bela cachoeira, e o segundo, que de maneira fúnebre iam sendo conduzidos pelas duas professoras Carolina e Jane, totalmente, vestidas de preto e com os olhos camuflados por óculos negros, expondo uma paisagem inóspita, totalmente, devastada pela erosão. Ao chegarem no altar, as duas últimas, começam um duelo vocabular insano e incisivo com a silenciosa Gêneses. Tal duelo é um contraponto aos 7dias que compuseram a Gêneses, a saber:
Antigêneses
1º Ciclo: Vamos dividir o céu e a terra para que alguns possuam todo o poder sobre o universo;
2º Ciclo: Tomemos o céu, que ele seja cinzento e cheio de gases venenosos;
3º Ciclo: Que as águas se encham de navios, produtos químicos e lixo das cidades;
4º Ciclo: Não nos importemos mais com o sol, a lua e as estrelas, façamos nossos luzeiros, que sejam coloridos iluminado as noites das cidades;
5º Ciclo: Tomemos os animais da terra e do mar e criemos um esporte entre os homens, para que possam matá-los e aprisioná-los;
6º Ciclo: Que cada um possua seu próprio deus: do lucro, da ganância, da técnica, do poder e do prazer;
…E por último a constatação da funesta conseqüência:
7º Ciclo: Que ventania ensurdecedora, o nada que sobrou, está sendo arrasado! Que assustador está tudo escuro…É o caos.
Em consonância ao exposto o Pe.Paulo Marcelo de maneira inteligente traça um paralelo da cegueira do cego às tantas cegueiras fruto das conveniências, pois na maioria das vezes ficamos tal qual o exposto na música de Zé Geraldo:…E tudo isso acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos…
Na missa das crianças, de maneira inventiva e inteligente, as mesmas apresentaram a párodia da música: A casa, de Vinícius de Moraes, a saber:
O Planeta
Era um Planeta muito bonito
Que tinha tudo muito arrumado
Todos queriam se aproveitar
Porém esqueceram de respeitar
Ninguém podia nadar nos rios
Porque havia poluição
Ninguém podia respirar direito
Porque a fumaça tudo embaçava
Foi ficando tudo atrapalhado
Virou Planeta sujo… é nota zero.
Temos que ter a consciência precisa de tudo que está sendo apresentado, pois podemos reverter tal quadro, mesmo que paulatinamente. Que o luto exposto inteligentemente pelas professoras Jane e Carolina possa ser encarado como uma pausa para repensarmos os nossos prós e contras, para maturarmos o fruto de nossas reflexões e partirmos tal qual a águia, para um novo ciclo de VIDA.
P/ João Bosco de Melo
Dores de Campos, 03 de abril de 2011