Um sufi despertou certa noite e disse para si: “O mundo me parece uma arca na qual somos colocados e onde, fechada a tampa, nos entregamos a toda a sorte de loucuras. Quando a morte ergue a tampa, o que conquistou asas alça vôo para a eternidade, mas o que não as conquistou continua na arca, presa de mil tribulações. Certifica-te, pois, de que o pássaro da ambição adquire asas de aspiração e dá ao teu coração e à tua razão o êxtase da alma. Antes que se abra a tampa da arca, converte-se num pássaro do Espírito, pronto para estender as asas”.
Para tanto, queridos paroquianos, finados é uma data que estabelece, para nós uma reflexão:__a vida é impermanente! Se recorrermos a um jogral, que Maria José Lopes de Andrade gostava de fazer, quando professora …A vida é o dia de hoje, a vida é um ai que mal soa, a vida é a sombra que foge, a vida é uma nuvem que voa! A vida é um sonho tão leve, que se desfaz como neve e como fumo se esvai!… veremos que se faz urgente termos uma vida saudável, distante daquilo que nos puxa para baixo, pois não sabemos o dia em que a vida será tirada de nós: …Entretanto, o Dia do Senhor virá como ladrão, no qual os céus desaparecerão ao som de um terrível estrondo, e os elementos se desintegrarão pela ação do calor. (2 Pedro 3,10). A tudo isso Pe. Paulo Marcelo discorreu com muita propriedade no ofício da Santa Missa defronte do Cemitério.
É bom saber: (Sobre o Sufi: trecho retirado da obra “A Conferência dos Pássaros” e sobre o jogral, se refere a trecho de um poema de João de Deus Ramos)
Por João Bosco de Melo
Dores de Campos, 02 de novembro de 2017