Maria é o Corpo Eucarístico da Igreja, foi assim que Pe. João asseverou essa verdade em uma bela homilia, quando da Missa no bairro Cachoeirinha. E a isso se alia, corretamente, às informações colhidas, através das muitas pesquisas, para compor a presente matéria.
Desde a Igreja primitiva Maria já se destaca como partícipe no processo da salvação. Deus a escolheu e a preservou de todo o pecado e enganos em uma época, totalmente machista, quando as mulheres não tinham destaques, haja vista as escrituras que, praticamente não as mencionam. Mas, independentemente das interpretações equivocada, ou até mesmo, tendenciosas, a grandeza de Maria se fez reconhecida. Conforme se pode comprovar, através de escritos e figuras estampadas nas cavernas, grutas e catacumbas, na intenção de preservar e perpetuar informações, ante a perseguição romana e, mesmo, a dos fariseus, que queriam, a todo custo apagar as pegadas do “verdadeiro” Messias. A isso vale ressaltar a pintura de Maria dando de mamar a Jesus, na catacumba de Priscila/Itália, datada do século II.
A Ela se observa, sem nenhum engano, que foi a primeira, a ter realizado em si, a Primeira Instituição da Eucaristia, quando o Anjo Gabriel anuncia que Ela seria a Mãe de Jesus, fazendo de seu ventre o Sacrário a resguardá-lo. Se observarmos a genealogia de Jesus, constataremos que sua descendência ao rei Davi se deu, somente, através de José (seu pai adotivo), mas, também, de Maria, carne de sua carne, sangue de seu sangue. Tal engano se mantém, através das escrituras, porque à época tal genealogia se destinava, apenas ao homem. Tanto que se observarmos, atentamente, os dois ramos dessa genealogia, constataremos que ambos, Maria e José, eram primos.
Desde mesmo, da fundação do mundo, dos tempos, a didática de Deus foi clara e objetiva, Maria seria a educadora contumaz de Jesus, devido a sua praticidade e altivez, conforme observado nos Evangelhos Apócrifos, coadjuvado à doçura de José. À Maria coube a mais simples, e por isso, a mais bela oração: Ave Maria. A mesma se inicia com a saudação do anjo Gabriel —Oh Maria cheia de graça, o Senhor é convosco” e logo depois se completa com a saudação de sua parenta Isabel: —Bendita sois Vós entre as mulheres, Bendito é o Fruto do teu vente”. Em complemento a essa bela e importante oração, São Bernardino de Sena, em 1440 orientou os fiéis, que a esses 02 trechos poderia se acrescentar uma oração pessoal. Vale, também acrescentar que a Igreja Ortodoxa, rezava e, ainda reza, a exaltação a Maria:—“Mãe de Deus, Virgem regozija! Maria, cheia de graça o senhor é contigo! Bendita és Tú entre as mulheres e, Bendito é o fruto do Teu ventre, pois portas o salvador de nossa alma.” Porém, já no século V, o beato, frade franciscanos, Antônio Vice Stroncone escreveu um pequeno o livro de orações, finalizando essa bela oração Ave Maria: —”Ave Maria, cheia de graça! O Senhor é convosco! Bendita sois Vós entre as mulheres, Bendito é o Fruto do Teu ventre, amém! Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém!” Quando da festa da Anunciação, em 1568, o Papa Pio V, declara em definitivo, como louvor e glória à Nossa Senhora, essa breve, porém, bela e profunda Oração, que todos nós a rezamos, desde a mais tenra infância. A isso vale reportar-nos um achado arqueológico de 1938 “Papyrus Rylands 4710” que reporta a importância de Maria, já, na Igreja Primitiva, datado antes do Concílio de Éfeso, escrito em grego antigo, que enuncia:—”Abaixo de sua compaixão nós nos refugiamos, oh Theotokos! Não desprezes nossas petições, em tempos de angústias, mas resgata-nos dos perigos, única pura, única bendita!” Ao que Santo Agostinho traduzia com simplicidade: — “À Vossa Proteção, recorremos Santa Mãe de Deus”. Vale, ressaltar, que a expressão grega Theotokos, significa: aquela que gerou Deus, a Mãe de Deus.
A importância de Maria, pode ser observada, por sobre o altar, na reconstrução da igreja Ortodoxa em Nova York, em lugar da que foi destruída pelo atentado de 11 de setembro (conjuntamente com as Torres Gêmeas) sua bela pintura a velar por essa cidade, por sobre o mundo.
Aqui em nossa cidade foi ela que, através das orações, nos apresentou Jesus, e congregou toda a sua Paróquia a um mesmo fundamento, a uma mesma direção. Isto durou até final da década de 1960 e início da década de 1970, quando a Congregação Evangélica chega à nossa cidade, provocando de forma ignorante e um pouco agressiva, a cisão entre os Cristão, através de interpretações errôneas das leituras dos Evangelhos, na intenção de erradicar dos corações, até então Mariano, o amor e o respeito de nossa Sagrada Mãe, Maria Santíssima. Digo ignorante, porque não sabem, que o causador da Grande Reforma “Martim Lutero” (valendo ressaltar que, a mesma, foi legítima em sua intenção, devido aos escândalos propiciados pelos bispos da época, que vendiam indulgência, através de um mercantilismo cínico da fé) foi devocional a Maria, até a sua morte. Assevero isso de maneira tranquila, pois quando do Encontro Diocesano, com a intenção de conhecer as qualidades e deficiências da diocese, coordenado pelo saudoso Dom Célio de Oliveira Goulart (bispo da Diocese de São João del Rei) e assessorados por Pe. José Bittar e Pe. Nacif José Nicolau, ao qual participei, pude constatar, que todas as “belas” Orações Marianas, que nortearam o evento, foram de autoria de Martim Lutero. Portanto eles ignoram as verdades que os conduziram até então.
O valor de Maria é tão imensurável, que a intitularam com diversos títulos, nos muitos altares, nas muitas paróquias de todos os países do nosso mundo. Pe. João no alto de sua sapiência, sempre, pontuou a importância de Maria no processo da salvação e menciona, sempre, o momento culminante, quando nos derradeiros minutos de sua vida terrena Jesus diz a João:— “Filho eis aí tua Mãe…Mãe eis aí o teu filho”. Selando com isso o pacto da Família Universal.
Maria Mãe das Dores de todos nós, faz-nos pessoas melhores, que saibamos entender a dimensão de seu amor para conosco! Que saibamos, através do exemplo de seu Filho Jesus, disseminar o amor, pois, através deste, alcançaremos, enfim, a Justiça Social, a equivalência entre todos, que como asseverou o Santo Rebelde “Dom Helder Câmara” em seu belo sermão “Invocação a Mariama”, —“que sejamos, realmente, um mundo de irmãos”.
Amém!
Por João Bosco de Melo
Dores de Campos, 11 de setembro de 2023.
Dados bibliográficos da Pesquisa:
—Legendas Áureas (Vidas de Santos) – Jacopo de Verazze;
—Artigos de Apologéticas Cristãs;
—Vatican News;
—Artigos de Guilherme Cadoiss;
—Vários artigos pesquisados na internet;