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jan 20

A Conversão de Paulo (Saulo) de Tarso

Tanto os Evangelhos Apócrifos como o de Lucas, em Atos dos Apóstolos, dizem que Saulo de Tarso nasceu na cidade de Tarso na Cilícia, Ásia Menor, hoje Turquia entre os anos 05 e 10 da era cristã e morreu provavelmente nos arredores de Roma, entre os anos 64 e 68, decapitado.

Muitos o proclamam a pessoa mais importante, depois de Jesus Cristo, pois reconhecem nele toda a fundamentação da mensagem e a fundação da Igreja Cristã. A conselho de Lucas, em um dos poucos encontros que tiveram, este o aconselhou que aquela igreja, que antes era denominada como a Igreja do Caminho, deveria se chamar Igreja Cristã, pois a mesma advinha de Cristo. Sua vida, antes de sua conversão às portas da cidade de Damasco, está permeada de lacunas, e o pouco que se sabe é que era fariseu, quer dizer pertencia à aristocracia judaica e não ao populacho, também denominado, manzer, isto é, pessoas pertencentes à ralé, denominadas como indignas (classe a que Jesus Cristo pertencia). Daí o paradoxo instalado, não se admitia um Messias oriundo de tal baixa classe, pois para os fariseus, o mesmo seria um prêmio autorgado por Deus a eles, mediante a observância da Lei, portanto, fariseu.

Sua intelectualidade nos assuntos religiosos adveio dos estudos rabínicos praticados na escola de Gamaliel, provavelmente dos 13 a 20 anos e da observância religiosa de sua família, pois a mesma era oriunda da tribo de Beijamin, portanto da linhagem de Abraão. Vale ressaltar que possuía uma segunda cidadania, a romana, oriunda de algum serviço relevante prestado aos romanos. Apesar da intelectualidade era um exímio tecelão na confecção de tapetes e também na confecção de tendas de pele de cabra, daí a maneira de subsistir em momentos críticos, sem se apelar para a caridade alheia.

O tino e a facilidade na interpretação da lei judaica, chamado de Mishna, o levaram ferozmente e conscientemente a perseguir os cristãos, pois conforme o supra citado, era inconcebível, um Messias advindo da plebe. É por isso que reconhecemos apesar de tanta violência praticada pelo mesmo, a prática do bom combate, pois a mesma estava imbuída em um propósito que ele acreditava veemente e não vulgarmente. Quando em um lampejo de ódio, através do apedrejamento contra Estevão (considerado o primeiro mártir da era cristã), ele fica estarrecido ante tanta docilidade, mas mesmo assim segue ao encalço dos que possivelmente iriam encontrar em uma reunião em Damasco.

De repente ante as portas da cidade de Damasco ele tem um encontro pessoal com Jesus Cristo, que o faz cair do cavalo de sua arrogância, da sua invulnerabilidade, e que o faz cego para a vida equivocada que levava até então, e pelas mãos de Ananias é conduzido para a vida das verdades inquestionáveis, com o nome de Paulo (de Tarso).

Em conseqüência de ter assimilado tão bem a Boa Nova apregoada por Jesus Cristo, padeceu de uma animosidade por parte dos apóstolos, pois estes conservavam, arraigados em si, o asco do farisaísmo, pois defendiam, ainda, a circuncisão, a intolerância, isto é, passou-se de um extremo a outro, ao que Paulo criticou criteriosamente. Em conseqüência a isso Paulo sugeriu a Pedro que convocasse a todos para uma assembléia, com o intuito de nortear os trabalhos e acabar com tais equívocos. Tal reunião denominada de Assembléia de Jerusalém teve o intuito de libertar os novos cristãos da observância da lei Judaica, e exprimir a ação do Espírito Santo no que concerne a liberdade compartilhada, o respeito. Como podemos notar o espírito inquieto e de liderança de Paulo o fez o grande organizador da Igreja que nascia, através de suas Cartas e de seus discursos embasados na mais profunda verdade predita por Jesus Cristo. Se observarmos bem, até hoje as suas Cartas norteiam os caminhos e a doutrina das Igrejas Cristãs. Apesar de não ter convivido ou até mesmo conhecido Jesus, Paulo foi o que mais entendeu a mensagem salvívica de Jesus. Se Pedro foi a pedra que edificou a Igreja, Paulo foi a alma que a fez resplandecer e a perdurar até hoje. Mesmo não o denominando apóstolo, pois se reconheciam em tal nomenclatura, somente àqueles que conviveram com Jesus Cristo, nós o reconhecemos como um grande APÓSTOLO.

OBS. A título de informação foram 13 Cartas (Epístolas): Carta aos Romanos; 1ª e 2ª Cartas aos Coríntios; Carta aos Gálatas; Carta aos Efésios; Cartas aos Filipenses; Carta aos Colossensses; 1ª e 2ª Cartas aos Tessalonicenses; 1ª e 2ª Cartas a Timóteo; Carta a Tito e Carta a Filêmon.

João Bosco de Melo.

Dores de Campos, 18 e 19 de janeiro de 2009.

PASCOM

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