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out 08

Dia do nascituro

«Nascituros: bem-vindos à vida!»

Entrevista com o secretário-geral da CNBB Dom Odilo Pedro Scherer, bispo auxiliar de São Paulo e secretário-geral da Conferência Episcopal brasileira.

O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Odilo Pedro Scherer, concedeu entrevista à assessoria de imprensa do organismo episcopal sobre o Dia do Nascituro, a ser comemorado no Brasil em 8 de outubro.

–O “Dia do nascituro” no Brasil, trata-se de uma decisão da CNBB?

–Dom Odilo: Sim, é uma decisão da CNBB. Na 43ª Assembléia Geral, realizada em Itaici, SP (9-17/08/05), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil decidiu que o dia 8 de outubro de cada ano seja dedicado aos nascituros. A iniciativa é da Igreja católica, mas ela também convida as outras Igrejas e organizações da sociedade, e também todas as pessoas e instituições que defendem a vida humana a aderirem a esta iniciativa.
 

–Quem é o nascituro?

–Dom Odilo: Nascituros são todos aqueles que estão por nascer. A concepção da vida se forma a partir do momento da fecundação do espermatozóide com o óvulo, desde então, neste ser está presente a alma, o espírito, como criatura de Deus. Portanto este ser, do período da concepção da vida até o momento em que a gestante da à luz, chamamos nascituro. A eles queremos dizer com palavras e atitudes: “sejam bem-vindos ao banquete e à festa da vida!” Bem-vindos a este mundo!

 

–Quais foram as principais motivações que levaram a CNBB a tomar essa decisão?

–Dom Odilo: As motivações são muitas. Antes de tudo, é convicção católica que o feto e o bebê, que se formam no seio da mãe, já são seres humanos e possuem a mesma dignidade dos seres humanos já nascidos. Sua vida deve ser respeitada e valorizada, como a de qualquer outro ser humano já nascido. Existe sempre a tentação de promover leis favoráveis à eliminação de fetos e bebês indesejados ou defeituosos, sem ligar para o fato de se tratar de seres humanos. Precisamos traduzir sempre mais em atitudes culturais e leis o respeito à vida humana nascente. Não podemos deixar-nos dominar pela cultura da morte.

 

–A escolha do dia 8 de outubro como dia do nascituro tem algum significado especial?

–Dom Odilo: Certamente. Antes de tudo, no Brasil estamos no início da primavera, a estação da vida nova; cada criança que nasce é uma primavera para a humanidade! Além disso, a primeira semana de outubro já é a semana nacional da vida e o dia do nascituro não poderia estar situado num contexto melhor. Valorizamos todas as formas de vida. Os animais e as aves sabem proteger e defender suas crias; também a vida nascente dos seres humanos precisa de atenção e cuidados especiais. Finalmente, o dia 8 de outubro está situado no contexto do dia da criança, 12 de outubro; as crianças que estão por nascer merecem ser lembradas.

 

–Lembradas com presentes e festa?

–Dom Odilo: Por que não? E com muito carinho! Elas são motivo de alegria para os pais e parentes, que já lhes preparam presentinhos. O presente mais importante que podemos oferecer são políticas públicas capazes de lhes garantir, desde logo, o respeito à sua vida e à sua dignidade humana; são as boas condições de saúde para elas e suas mães, desde a gravidez e o parto; é um mundo de paz e fraternidade, onde elas são acolhidas como um presente de Deus e da natureza, uma promessa para a continuidade e renovação da própria sociedade.

 

–Esta comemoração também tem seu lado político?

–Dom Odilo -Sem dúvida! O nascimento de um novo filho não é um simples fato da vida privada. É um fato que tem implicações políticas. Filhos são cidadãos com direitos e deveres; o Estado e a sociedade não podem desconhecer suas responsabilidades em relação aos nascituros, suas mães e famílias. A família é um sujeito político muito importante. Talvez esteja sendo esquecida e abandonada a si mesma.

 

–O dia do nascituro foi instituído para combater o aborto no Brasil?

–Dom Odilo: Se alcançar esse efeito, será uma grande coisa! Precisamos convencer-nos que a defesa do ser humano, de sua intocável dignidade e de seu direito à vida são coisas boas e devem merecer o apoio de toda a sociedade. Ao contrário, é preciso convencer-se também que a violência contra o ser humano e a aprovação de leis que permitem matar seres humanos é coisa chocante, não representa nenhum ganho para a civilização e a cultura e não deve merecer o apoio da sociedade.

PASTORAL FAMILIAR – DORES DE CAMPOS // MG

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