Desde sempre, o homem buscou algo que transcendesse a sua compreensão, algo que esteve sempre incutido em seu subconsciente e daquilo que apresentava diante de seus olhos, algo que estava incrustado em sua primeira memória, algo que o impulsionava, que o introspectava a pensar, nesta saudade até então incompreendida, ao que hoje sabemos ser Deus. Mesmo que de maneira rústica ele compreendeu que uma inteligência maior era responsável pela maravilha que é o mundo, e para tal ele pretendeu prestar homenagens, e deste prestar se relacionou a Fé, o acreditar que se estende além de sua racionalidade, vindo daí a urgência, a necessidade de construir altares, templos para entronizar este objeto de busca, de adoração, esta concretização do amor.
Antes, de mais nada, é necessário observarmos que a prática nas construções deveu-se ao Imperador Constantino, que no ano de 320 d.c. ao constatar que se erigiam templos aos deuses pagãos, tornou legítima as construções das Igrejas Cristãs, já que se havia convertido ao Cristianismo.
Em Dores de Campos a construção do templo em entronização da Virgem Maria Santíssima, mãe de Deus, com o codinome de Senhora das Dores começou no século XIX, mais precisamente nos idos anos de 1879, com a ajuda e presteza de homens notáveis, que não pouparam esforços ante a precariedade da época. Uma vez concretizado tal templo, o mesmo torna-se Paróquia de Nossa Senhora das Dores, e conseqüentemente se vincula à Diocese de Mariana em 1910, até o mês de 21 de maio de 1964, quando a mesma passa a pertencer à nova diocese, Diocese de São João del Rei.
Vale ressaltar, que antes de ser construída a Igreja/Matriz até pertencer à Diocese de São João del Rei, Dores de Campos, sempre, teve bons pastores, uma vez que não cabe neste momento relacioná-los, pois o contexto deve-se ater á última Diocese. Quando a supra citada foi fundada, Dores de Campos já contava com a presença do pároco Pe. João Cupertino Silva, homem de visão pedagógica extraordinária, que em 19 de maio de 1955 fundou o Colégio Comercial Nossa Senhora das Dores, pois reconheceu, neste feito, que a cultura está intrinsecamente ligada à evangelização de um povo, sendo este a ponte que uniu a paróquia às duas (02) Dioceses, pois se manteve como pároco até o ano de 1964, ano este em que o cajado foi passado às mãos de Pe. Antonio dos Santos, que permaneceu pastoreando até o ano de 1975, quando de sua morte. Porém antes deste último assumir a paróquia, a mesma foi atendida, por um curto espaço de tempo, pelo Pe. Assis, pároco da cidade de Prados. Mas nestes 11 anos se mostrou um pastor, totalmente, preocupado em inserir na comunidade Dorense a modernidade, a tecnologia, tanto que não poupou esforço, auxiliado pelo Sr. Itamar Urgel dos Santos, até então técnico autodidata em eletrônica, para revigorar a Telefônica Dorense, uma vez que a mesma havia sido implementada pelo Sr. Daniel, de Barroso, no prédio da Coletoria pertencente à Dona Dola, que estava por acabar. Dando seqüência implementou na cidade a primeira retransmissora de televisão, viabilizando com isto o mundo para dentro da comunidade, erigiu uma Cruz no alto de um morro, como símbolo de proteção, além de ser um pároco presente em todos problemas de seus paroquianos. Vale ressaltar que até a chegada de Pe. Antônio o processo evangelizador passa pela comunicação, pela cultura, haja vista hoje em dia, as missas transmitidas em tempo real.
Para preencher o hiato causado pela morte, deste último, a paróquia foi abastecida para os ritos das celebrações de Missas nos finais de semana, além de: batismos, cerimonial de defuntos, e casamentos pelos padres Antônio Lopes, Valério e vários outros, Salesianos.
Em 1976 a paróquia foi entregue ao Pe.Tertuliano Rodrigues Neto, professor de filosofia e homem de vasta cultura, de uma piedade cristã inquestionável, que induziu a muitos a prosseguirem seus estudos em outras cidades. Em 1982 Pe. Tertuliano deixa a vida religiosa, para contrair matrimônio.
Para cobrir, novamente, um breve hiato a paróquia ficou sob a tutela do administrador paroquial Pe. Jacinto Lovato, que concebeu a primeira turma de Coroinhas, função esta que era ocupada, até então, pelo Sr. Horácio Teixeira da Silva.
Em meados de 1982 assume a paróquia Pe. Pedro Teixeira Pereira, que mediante o carinho atribuído a ele pelos paroquianos é chamado, por muitos, de Pedrinho. Homem, também, de um conhecimento vasto, de oratória pungente, que revigorou a fé, através de suas homilias didaticamente profundas acerca do Evangelho. Organizou o Clubinho Vocacional Salesiano, para jovens e crianças; Catequese e missa na Zona Rural; Cursos de Batizados e Casamentos; Oração diária do Ângelus às 06:00 e 18:00 horas; OVC (movimento para Obras das Vocações Sacerdotais); Visita aos doentes e Confissões Diárias.
Em 1991 assume a paróquia o Pe. José Roberto Vale Silva, padre este que celebrou a 1º Missa Campal no Bairro do Catete, que propiciou a construção da Capela de Nossa Senhora de Fátima; Evangelização, todas as tardes, na Rádio local; Organização da primeira equipe dos Ministros da Sagrada Eucaristia.
Em 1998 assume Pe. Fábio Rômulo Reis, professor de filosofia e advogado, de carisma elevado começa a arrebanhar os fiéis à Igreja de forma, que a mesma começa a parecer pequena. De discurso evangelizador cativante, começa a distribuir responsabilidades aos cristãos leigos, estimulando com isto a formação de várias pastorais e movimentos, entre eles a Pastoral da Criança, Oficina de Oração. Com o auxilio luxuoso do Sr. José Marques de Melo, vulgo Sodó, realizou várias reformas na Matriz e Capelas, além da conclusão de Nossa Senhora de Fátima (capela); aumentou os espaços físicos da paróquia, criando com isto: Sala Sta Rita de Cássia, salão de Catequese; Iniciando a Missa das Crianças com uma pedagogia, totalmente, voltada para as mesmas. Para a formação de uma consciência mais vinculada à Fé, tão somente, trouxe várias vezes, como convidado, para ministrar palestras o Pe. Antônio das Mercês, carinhosamente chamado de Pe. Tunico, homem de conhecimento invejável.
Em 2004 assume Pe. Paulo Marcelo Daher Gomes Filho, Coordenador de Catequese Diocesana, que através de seu carisma e intimidade com a palavra leva a mensagem de Jesus Cristo de forma simples, sem rebuscá-la e fazendo-a entendida por todos, levando com isto um número, cada vez maior, de pessoas à Igreja. Sua amabilidade é tamanha, que recebe o título de Cidadão Dorense. É um apaixonado por Maria Santíssima, no maior estilo em que se possa expressar. Um apoiador das pastorais e movimentos, principalmente a Equipe de Catequese, pois compreende que ali está a pedra fundamental para a formação missionária/Cristã. Com seu espírito empreendedor formatou um belo altar para Nossa Senhora das Dores, além de conservar a Matriz e as capelas com pinturas e arrumação dos telhados e outros. Apaixonado pela cultura religiosa incentiva o Congado e Folias de Reis.
Segundo o calendário Asteca, ou Maia, dizem que o mundo irá acabar, mas segundo dois estudiosos Oscar Quiroga e Anna Sharp o que ocorrerá, ou melhor, já está ocorrendo, é uma compreensão mais apurada das coisas de Deus. O mundo irá acabar sim, mas é o mundo errado que carregamos em nós, não o planeta nos presenteado por Deus, haja vista as quantidades de denominações religiosas, mesmo sendo as mesmas induzidas por pessoas de caráter duvidoso. Mas o que se constata é a busca verdadeira dos fiéis de uma felicidade imbuída da harmonia ansiada e propagada por Jesus Cristo.
Para tanto a nossa Paróquia está fazendo de forma verdadeira o itinerário da Sagrada família, através das datas festivas: Natal, Quaresma, Semana Santa, Páscoa, Corpus Christi e 15 de Setembro, dia este, destinado a consagrar nossa Mãe Querida, com o título de Nossa Senhora Das Dores.
A Paróquia Nossa Senhora das Dores conta com: Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores / Capela Nossa Senhora do Rosário / Capela Nossa Senhora de Fátima / Capela São Sebastião (São Sebastião de Campinas – Zona Rural) / Capela Nossa Senhora da Conceição (estação de Prados) / São José (Caxambu – Zona rural) / Divino Espírito Santo (Caxambu – Zona Rural) e em fase de construção a Capela São Benedito (Bairro Paloma).
P/ João Bosco de Melo.
Dores de Campos, agosto de 2010.