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abr 03

A Semana Santa atual e tempos remotos

Foto do Blog www.historiadedoresdecampos.blogspot.com

Foto do Blog www.historiadedoresdecampos.blogspot.com de Ilacir Rodrigues

Através dos relatos de Deliane Maria Maia Aliane, Lucila Maria Vale, Luzia Marciana da Silva e Maria da Glória da Silva Reis, senti o clima da Semana Santa de outros tempos. Segundo Maria da Glória na década de 1950 as cerimônias, ainda, eram realizadas em latim e a grande maioria das pessoas não entendia muito bem a liturgia diária, mas a respeitava de maneira contrita e piedosa. As mulheres usavam véu em todos os rituais litúrgicos, demonstrando castidade e respeito com o templo religioso. De maneira geral as pessoas eram mais voltadas para as cerimônias e suas tradições, apegadas a uma fé transmitida de geração em geração. Ressaltou, ainda, que atualmente a espiritualidade se encontra mais presente, nas orações da maioria das fieis católicos, suscitada pelo entendimento da liturgia e das explicações dos padres, que traçam um paralelo dos evangelhos à realidade do mundo e do Brasil.

Luzia enfatizou que na Semana Santa existia uma tradição de comprar roupas e que algumas meninas, de famílias mais abastadas, estreavam roupas todos os dias da “festa”, assim eram sete vestidos. Disse que ela, ao estrear três, se sentia mais humilhada, diante de suas colegas. No entanto era somente nessa época que as famílias compravam roupas. Disse também que se lembra da Sexta-Feira da Paixão como um dia muito triste, quando as pessoas choravam na procissão, pois pensavam que realmente Jesus estava morto. Ressaltou, ainda, que passou a acreditar que Jesus está vivo a partir de seu ingresso na Renovação Carismática Católica.

Lucila comentou que na sexta-feira da paixão ninguém varria casa e nem escutava rádio em sinal de respeito. Disse que atualmente as pessoas compreendem a liturgia, mas muitas não têm respeito com a casa de Deus, desrespeitando as procissões e as cerimônias religiosas. Na sua época os paroquianos eram mais piedosos. Deliane ressaltou que na sexta-feira da paixão o seu pai, que era fazendeiro, distribuía leite para todos que fossem em sua fazenda com vasilhame. Atualmente, em muitas fazendas, essa tradição continua. Na Semana Santa as famílias da Zona Rural vinham em carros de bois e em seus cavalos, com toda a família, para a cidade, onde alugavam casas e mudavam para Dores de Campos, nesse breve período.

001Enfim, essas tradições que remontam o tempo e a história, deixam grandes saudades. Entre uma prosa e outra, todas concordaram em um mesmo ponto: o Setenário, que antecede a Semana Santa, atualmente se faz muito bem frequentado pelos fieis e afirmam, que o mérito, por tamanha façanha é devido ao Padre Paulo Marcelo Daher Gomes Filho, que com seu entusiasmo e palavras inspiradas pelo Espírito Santo tem motivado muitas pessoas a se prepararem para esse tempo forte que é a Semana Santa. Em outros tempos o Setenário era seguido por poucos fieis e talvez muitos não entendiam a importância de uma preparação, para se ter uma piedosa Semana Santa, pois vislumbravam no calvário de Jesus a salvação de todos os fieis.

Por Sirlene Cristina Aliane – Pascom

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