Para termos uma noção melhor do mundo em que vivemos, quando tudo é permissivo, quando a moral e os bons costumes parecem coisas impessoais, se faz necessário, antes de qualquer coisa, que paremos para pensar e analisar:__ Como está a nossa Família e como podemos, através dela, exercer, concretamente, Atos de Misericórdia inseridos e apregoados pela Santa Família de Nazaré? A princípio pode parecer fácil, mas certamente, não o é, pois para tanto é necessário que nos desapeguemos do nosso egoísmo, que está inserido em nossa zona de conforto e procuremos, através de um olhar menos obtuso, observar que o outro existe e que eu sou o responsável, imediato, por ele, apesar do barulho, que o mundo faz e das distrações, que nos são impostas por uma tecnologia, que rouba a cada dia o nosso senso de família, de comunidade. É necessário, que entendamos, que o nosso Deus só estabelece entre nós e, através de nós, quando saímos de nós e nos acercamos do outro, caso contrário o sacrifício do madeiro terá sido algo, meramente sem sentido. Para tanto tivemos uma semana com várias reflexões, quando os Evangelhos foram traduzidos e adaptados ao cotidiano de todos, quando todos puderam compreender que os problemas são inerentes a todos e para tanto, basta tão somente a iniciativa de cada um somada, para que se estabeleça a intenção salvífica de Jesus:__A liberdade, a felicidade. Pois como asseverou Friedrich Nietzsche:__Nós, homens do conhecimento, estamos a cada dia mais distante de nós mesmos, e para tanto como conhecer o tesouro do nosso coração?
Existe um ditado, bastante conhecido, que assevera:__Uma andorinha, sozinha, não faz um verão! Isto é, na família (particular ou social) se faz necessário que todos tenham o mesmo comprometimento: propiciar a concórdia, pois através desta o diálogo se faz presente, e através deste a acuidade torna viável a misericórdia. Mas tal situação, ainda está longe de se tornar realidade, pois nossas famílias não se amparam no dia a dia, salvo em situações de tragédias, pois essas nos acordam de nossa inércia. Haja vista em nossa paróquia, em situações de penúrias, todos, de uma forma ou de outra prestam socorro, mas infelizmente, em outras, se digladiem como inimigos mortais. É necessário que entendamos que vivemos em uma cidade, quando todos se conhecem, de longas datas, quando todos se esbarram, para tanto essa Semana Nacional da Família veio em forma de elixir, no sentido de nos alertar e nos fazer repensar qual o nosso propósito nessa vida. Com certeza, não pode ser o de sermos motivos de escândalos, propiciados pelo ódio infundado. Em meio a tantas reflexões e exemplos, pudemos presenciar testemunhos emocionantes e honestos, valendo ressaltar ao de um pai, quando do alto do presbitério narrou, mansamente, a via crucis de sua família no resgate de um dos filhos aliciado pelas drogas, através de uma fé imensurável. E confessou a todos, paradoxalmente, que foi o sofrimento e o desespero que tornaram a sua família mais unida e fez o amor na família algo concreto. Houve, também, o exemplo de uma mulher, que através de socorros tímidos, vem promovendo a dignidade de muitos. De outro pai que asseverou que a promoção humana não é algo intangível, que um braço amoroso, sempre trará o filho de volta. Não podemos esquecer o testemunho de duas mulheres, que por uma fé inquestionável junto a Maria e Jesus, conseguiram recuperar a saúde plena. Vale ressaltar, também, ao inicio de cada celebração famílias de diversas localidades de nossa cidade adentraram pela nave rumo ao presbitério carregando, com emoção e respeito, a imagem da Santa Família de Nazaré!
Foi uma semana rica de mensagens salvíficas, quando aprendemos que a nossa fé, não pode ser algo que fique somente em um estado de oração e contemplação. É bem verdade, conforme narra as escrituras, que Jesus, sempre, quando queria estabelecer uma intimidade com o Pai, se retirava, para um lugar, onde o silêncio se fazia presente, mas depois ele voltava mais forte, para o convívio das contradições humanas. E conosco esse procedimento não pode ser diferente; temos sim que buscar forças nas orações, mas não podemos fazer dessas orações algo que nos aliena dos problemas sociais, que nos rondam, Pois Jesus disse:__ Dê água aos que têm sede! Essa água é o nosso serviço “voluntário” de misericórdia efetuado com amor, com gratuidade, nunca com artimanhas de barganhas.
E hoje, mais precisamente dia 21 de agosto, do corrente ano, aconteceu a caminhada, oriunda da Praça Cardoso até a Matriz, para o encerramento, com o Sacrifício da Santa Missa, dessa Semana focada na Família, Quando foi exaltado nas leituras, salmo e Evangelho a importância da Mulher “Maria” vestida de sol, que está à direita de Deus com vestes esplendentes de ouro de ofir, que veio trazer a salvação “Jesus” ante o mal que campeia no mundo. E exaltar, através da Constituição Apóstólica Munificentissimo Deus, o dogma da Assunção de Maria, proclamada pelo Papa Pio XII, no dia 01 de novembro de 1950. Foi uma Semana de momentos fortes, com o objetivo de nos aproximar, cada vez mais, do propósito de Jesus:__Eu vim para que todos tenham vida e que a tenham em abundância!
Obrigado à Pastoral Familiar, que conseguiu mobilizar todos os movimentos de nossa paróquia, para esse feito. Obrigado, também, ao Pe. Paulo Marcelo e ao Pe. Rodrigo Coimbra, que permitiram e apoiaram a voz e as intenções dos leigos, a caminho da salvação!
Por João Bosco de Melo – PASCOM
Dores de Campos, 21 de agosto de 2016
Fotos: PASCOM