Finados é um dia especial, um dia de veneração aos defuntos, um dia para lembrar dos nossos entes queridos, daqueles que fizeram parte de nossa vida terrena. Nesse dia é normal que as pessoas fiquem melancólicas, pois a morte lembra a perda e quando amamos é triste essa despedida. No entanto a morte nos remete a fragilidade da existência humana, a importância de sermos mais humanos com o próximo, menos orgulhosos, menos arrogantes. Jesus dizia, sempre, que estamos na terra de passagem e que devemos fazer sempre o bem e nos desapegar dos bens materiais; nada aqui na terra tem dono, tudo está emprestado por um devido tempo.
O filósofo Heidegger também dizia que o homem é um ser para a morte, o que também nos remete a fragilidade e contingência humana. A finitude da vida é parte de uma reflexão espiritual que nos impulsiona para uma existência repleta de harmonia e união com os nossos irmãos de caminhada. A morte entre os ocidentais tem somente conotação negativa, mas numa visão oriental e cristã seria apenas um momento de se voltar para si mesmo e refletir sobre a vivência cotidiana em um mundo de tanto consumismo e individualismo. Nos dias atuais muitas pessoas tem se rendido aos prazeres da vida e se esquecido do verdadeiro sentido da vida na terra.
As pessoas não devem se render apenas aos deleites da carne, mas ter uma vida repleta de espiritualismo e solidariedade junto aos irmãos. Somente o amor cristão é capaz de direcionar o ser humano para a verdadeira morada eterna e a ressurreição com Cristo. Jesus Cristo dizia em seu peregrinar pela terra que os fariseus rezavam em voz alta nos templos, respeitavam a lei, mas não eram solidários com o próximo. O verdadeiro cristão é aquele que mostra ao outro a face de um coração puro e contrito, que transparece em suas atitudes o amor verdadeiro de Deus, aquele capaz de redimir o ser humano de suas misérias. A verdadeira missão de cada um está relacionada com o amor ao seu irmão de caminhada em todos os momentos da existência.
Por Sirlene Cristina Aliane – PASCOM
Dores de Campos, 02 de novembro de 2016