Certa vez ao ouvir um humanista/religioso em um programa de televisão notei que ele falava, constantemente, ethos, e ao investigar constatei que etimologicamente se tratava de uma palavra grega, que expressava: caráter humano, morada humana, algo comum a todos. Então ao participar das comemorações da Festa de Corpus Christi, constatei de maneira profunda a similaridade de ethos com o Corpo de Cristo, principalmente, quando Pe. Paulo Marcelo ostentava, através do ostensório sua Substanciação em Pão, para que o Mesmo pudesse fazer morada e alimentar a alma de cada um, que ali estava. A isso notei a emoção denunciada em cada rosto, em cada coração. Se voltarmos a mais de 2.000 anos, constataremos que um vento impetuoso, antes de embaralhar mentes e corações em Pentecostes, embaralhou a mente da jovem Maria ao fazer morada em seu ventre, para fazer germinar de maneira concreta “Aquele” que, mais tarde, iria iniciar o processo de salvação, no sacrifício da Cruz. Então pude constatar de maneira poética, não menos de sentido religioso, que o ato de enfeitar ruas, janelas e formatar altares, nada mais são do que preparar o caminho, para que Jesus, esse visitante ilustre, possa entrar em nossos corações, acordar a nossa fé dormente e fazer em nós sua morada permanente e com isso fazer-nos melhores e dignos do Reino de Deus, nossa Morada Comum.
Por João Bosco de Melo – PASCOM
Dores de Campos, 21 de junho de 2019