Sob o lema “Tous Tuus Mariae” (Sou todo teu Maria) aconteceu, na quadra da APAE, nos dias 02 e 04 do corrente mês, o Primeiro Encontro dos Consagrados de Maria, com o objetivo de esmiuçar, através do livro de São Luis Maria Grignion de Monfort o “Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria”, todo o entendimento a respeito de Mesma. Sendo que as explanações ficaram a cargo de 04 jovens pregadores da cidade de Sete Lagoas/MG e de outros dorenses. Apenas para ilustrar, vale ressaltar que tal obra foi escrita no ano de 1712, porém a mesma não foi publicada de imediato, pois ficou perdida por 130 anos, só vindo a ser encontrada no ano de 1842. Em tempo vale relatar que São Luiz Maria Grignion de Monfort, não pôde ver o resultado de sua obra, pois veio a falecer em 1716 aos 43 anos de idade.
O objetivo do encontro, através das pregações e reflexões, foi o de dar à Maria o lugar que ela merece em nossa vida, uma vez que se reconhece nela a intima relação com Deus, tanto que a Mesma é denominada o column Dei ( o pescoço de Deus), ou o elo que temos com Deus. Apenas para exemplificar: Se algum dia precisarmos falar com uma autoridade muito ilustre, certamente precisaremos de alguém que nos faça a ponte entre nós e tal autoridade, caso contrário tal encontro tornar-se-á, praticamente, impossível de acontecer. Para tanto Maria Maria será a nossa pontífice, tal qual nas Bodas de Caná, pois ao ouvir os clamores ela fez a intercessão. Haja vista que em todos os consultórios existe alguém para nos recepcionar e fazer o elo entre o médico e nós. Em tudo se faz necessária e hierarquia. Para tanto há que entender a importância de Maria, para se jogar, com toda a confiança, sem titubear, em seus braços. Segundo a jovem pregadora Geisa(Sete Lagoas) é ela que se irradia do Sol, que é Deus (constante, permanente), é ela a Mulher Vestida de Sol que pisa na lua (volúvel, inconstante) nos mostrando com essa metáfora, que devemos ser perseverantes, assim como Ela o foi no seu sim. Também a correlacionou com as matriarcas do Antigo Testamento, mais especificamente com Rebeca, que obedecendo ao plano de Deus, soube com maestria mudar a primogenitura de Esau para Jacó (Israel).
Quanto aos Jovens, que lá estavam, ao se denominarem como Escravos de Maria, deve-se entender que tal denominação não pode se relacionar à submissão vergonhosa, mas à submissão que os liberta de um mundo que tende a segregá-los e degredá-los. Pois uma vez se entregando á proteção de Maria, certamente, existirá um atalho para se chegar a Jesus e, consequentemente, a Deus, a salvação. Para tanto a pregadora Carolina (Sete Lagoas) pontilhou, mediante o enumerado no Tratado, os sentimento que não devem existir em um Consagrado: crítica, escrúpulo, viver de aparência, presunção, inconstância, hipocrisia e ser interesseiro. Mas perseverar para ter devoção: interior, terna, santa, constante e desinteressada.
Se observarmos o filme “A Paixão” entenderemos a importância de Maria no processo da Salvação, pois no filme podemos constatar uma adequação profunda, uma cumplicidade sobrenatural entre Ela e Deus em relação a Jesus, ao ajudá-Lo a suportar o sofrimento sentido no madeiro, sem nenhuma queixa, para se fazer de forte diante do sacrifico e não deixá-Lo sucumbir. No filme, Maria aparece de forma belíssima e explícita como a co-Redentora de nossos pecados, de nossas misérias. Para tanto há que se entender que Jesus era dependente de Maria e para tanto, também, devemos sê-lo. Maria foi, é e será uma Mulher emblemática, para tanto devemos nos apossar da obra: “Tratado da Verdadeira Devoção à Santa Virgem” e intensificar nosso conhecimento e compreensão. E quiçá um dia, imbuídos de conhecimento e devoção, tornarmos um de seus muitos Escravos.
Parabéns a todos os Consagrados de Maria, pela iniciativa.
Por João Bosco de Melo – PASCOM
Dores de Campos, 05 de outubro de 2015