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abr 20

Semana Santa 2017

Há que se entender que antes da Semana Santa ou Semana Maior se iniciar com Domingo de Ramos, a comunidade veio ao longo dos quarenta dias refletindo, através de interiorização causada pelas orações, próprias ao tema, na denúncia dos acontecimentos fatídicos, porém originários de nossa fé em Cristo. Então uma vez maturada as intenções Pe. Paulo Marcelo, irmanado a uma turba, defronte a Capela Nossa Senhora do Rosário começou o Sacrifício da Santa Missa, intermitindo essa com a peregrinação em procissão até a Matriz Nossa Senhora das Dores, quando se deu a sequência com o Evangelho da Paixão de Cristo. Triunfalmente a celebração da Santa Missa foi encerrada com a cantata de Bach “Jesus Alegria dos Homens” conduzida pelo maestro Silas Freitas. Vale ressaltar que esse domingo é de suma importância no contexto de nossa fé, pois nele Jesus polemizou toda a multidão ao adentrar em Jerusalém por sobre um jumento, animal esse comum à época, num gesto a demonstrar toda a sua grandiosidade e generosidade, ao se fazer pequeno, na intenção de que Deus é para todos, indistintamente. À noite a imagem de Jesus é transladada da Matriz em direção à capela Nossa Senhora do Rosário, para prosseguir na segunda-feira em procissão ao encontro de Maria, na avenida principal da cidade, quando em uma primeira homilia Pe. Rodrigo, de maneira simples e direta emocionou a todos asseverando que toda a vilania denunciada nesse encontro serve para dar a todos, através de uma reflexão profunda, a intenção de que tudo foi permitido, para dar a todos uma segunda chance, na caminhada em sentido contrário ao pecado.

Na terça a bela imagem de Nossa Senhora é transladada para a Capela de N. S. do Rosário, para que na noite de quarta-feira saísse à procura de Jesus pelas ruas de uma Nazareno Dorense, parando de quando em quando nos passinhos ao som dos motetos. Na quinta-feira, já pela manhã, Pe. Paulo Marcelo e três, dos cinco, missionários dorenses: Jônatas, Jefferson e David rumaram para a Igreja Nossa Senhora do Pilar, em São João del Rei na intenção de participar da Santa Missa do Crisma (presidida pelo Bispo Emérito: Dom Waldemar Chaves de Araújo), representar a paróquia Nossa Senhora das Dores e buscar os Santos Óleos (Catecúmenos, Unção dos  Enfermos e do Crisma). À noite houve o cerimonial do Lava Pés, ou a Instituição da Eucarístia, rememorando a derradeira Ceía, quando na ocasião Pe. Paulo Marcelo escolheu 12 jovens acólitos, representando os discípulos, e em tom jocoso foi caracterizando-os e apresentando-os à comunidade. Terminada a celebração houve a vigília ou a Adoração do Santíssimo Sacramento em duas escalas: de 22:00 h às 23:00 h e de 23:00 h às 24:00 h, quando o altar é desnudado ao som da matraca.

Na sexta-feira a cidade amanheceu um pouco silenciosa, em respeito à morte de Jesus, sendo que às 15:00 houve a Ação Litúrgica, quando, mediante a morte de Jesus Pe. Paulo Marcelo se prostrou no chão numa mortificação silenciosa, seguida das leituras, comunhão e do Beijo da Cruz. Á noite em meio ao sermão, proferido pelo  Pe. Vinícius Ildefonso Campos, enquanto o mesmo traça uma genealogia do pecado, de maneira profunda, Jesus foi sendo retirado da cruz. Quando por fim Jesus é colocado no esquife um lamento de Verônica se fez ouvido por todos:__  “Oh vós todos, que passais pela via, vinde e vede: se há dor semelhante a minha. Atentai povos do mundo, e vede a minha dor”. Em seguida o esquive carregando o Corpo de Jesus, seguido por Maria é conduzido em procissão solene pelas ruas da cidade. No sábado, mais precisamente às 21:00 h, o interior da matriz Nossa Senhora das Dores se imerge na escuridão , então o fiat lux do Círio Pascal  vai iluminando, através das velas sustentadas pelos fiéis, todo o interior da matriz, nesse momento as leituras começam a delinear a história da salvação. Findadas as leituras o som estrondoso e alegre do Glória se faz ouvido e as luzes, todas, são acesas e o sino, por fim, começa a repicar incessantemente. Uma vez Jesus Cristo ressuscitou, o Mesmo percorre em procissão pelas proximidades da matriz.

Findando todo o fundamento da nossa história de salvação, no domingo, mais precisamente às 17:30 h, Maria sai gloriosamente de branco  pelas ruas a demonstrar que a Cruz onde seu filho foi pregado não foi e não deve ser entendido como um escândalo, um fracasso e sim um sinal, para a redenção de todos nós. Uma vez terminada a procissão houve a exposição do Santíssimo, quando Pe. Paulo Marcelo permitiu que todos O tocassem com suas mãos impuras, porém com intenções nobres. Ao final houve benção, quando todos puderam acreditar que galgaram mais um degrau à proximidade de Jesus.

Amém!

Texto: João Bosco de Melo – PASCOM

Fotos: PASCOM

Dores de Campos, abril de 2017

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